quinta-feira, 23 de outubro de 2014


Pedaços



Sou o fim sem o começo...
Me sinto como a corda bamba...
Sem poder sequer manter
o equilíbrio do artista.

Sou paixão desamparada...
Procuro apenas  algo sólido,
Quem sabe o próprio chão,
Meu porto mais provável .

Sou os dias de marasmo...
Mais  pareço uma vida que termina.
Sou poeira, sonho apenas com o orvalho
Pra poder enfim pairar.

Sou o avesso da loucura.
Quisera eu ter posse dela...
Leão sem dentes, sem rugido, sem clareira.
Sou uma noite enluarada, sem um dia pra raiar...

Sou riacho sem deságue...
Vivo apenas o enredo, de tentar assim viver...
Sou estrela que se apaga...
Preguiçosa, se aproveita da alvorada.


Natye Paqixão

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